sexta-feira, 3 de abril de 2009

História do travestismo

A história do travestismo remonta a muitos anos. O historiador romano Tácito (55 - 120 dC) fala em sacerdotes germânicos que se vestiam de mulher durante os cultos. Na mitologia nórdica, o deus Thor se veste de noiva para recuperar seu martelo. No período elisabetano, quando viveu o dramaturgo William Shakespeare, as mulheres eram proibidas de atuar; logo, restava aos homens os papéis femininos (lembra da Gwyneth Paltrow, que se disfarçava de homem para fazer teatro em “Shakespeare Apaixonado”?). Todos eles estavam se travestindo, de acordo com a definição do Michaelis para travesti: “Disfarce sob o traje de outro sexo”.
Mais que isso fazia Charles de Beaumont, conhecido como o cavaleiro de Eon. Ele foi um nobre francês que viveu de 1728 a 1810. Sua controversa biografia inclui espionagem, diplomacia e boatos, muitos boatos. E não é para menos: ele viveu metade de sua vida como homem e metade como mulher, chegando a ter existido, na Bolsa de Valores de Londres, uma aposta aberta para acertar qual, afinal, era seu gênero. Ele foi convidado a participar, mas afirmou que seria humilhante passar por um exame de sexo, independentemente do que fosse revelado. Quando morreu, médicos comprovaram que ele era mesmo um homem — e, até hoje, um dos nomes para se referir ao cross-dressing é ‘eonismo’.
A compreensão do travestismo sob a ótica da sexualidade veio bem depois. Foi só por volta de 1900 que o alemão Magnus Hirschfeld lançou sua teoria sobre a existência de um terceiro sexo, influenciando psicólogos e médicos a partir dali a entender as nuances do travestismo - que, infelizmente, ainda é confundido com homossexualismo, marginalidade e prostituição.

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